Um olhar sob Avatar

Recebi por email uma apresentação em power point, que confeso não ser muito fã, mas decidi ver pelo título: "Avatar". Me deparei com um belo texto analisando o filme de uma maneira bem interessante traçando um diálogo com o que está acontecendo com o meio ambiente.
O filme é lindo (eu adoro, já assisti várias vezes) traz uma mensagem de como estamos nos deixando levar pelo progresso e estamos nos esquecendo no meio onde estamos inseridos, de onde viemos de fato. A natureza está se deteriorando mais a cada dia e se não tomarmos atitudes diárias e conscientes, talvez não possamos ter um futuro verde como muitos pensam.

Bjs,
Cintia
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Avatar
Abra os olhos para Ver!


Avatar apareceu num ótimo momento. Após o fracasso da Conferência do Clima em Copenhague e no início do Ano da Biodiversidade, é um brado de alerta sobre nossa péssima relação com a natureza.

Merece ser assistido pelos belos efeitos e pela fotografia extraordinária, porém, mais do que isso, apresenta uma poderosa mensagem ecológica: "o homem precisa restabelecer sua conexão com a natureza". Nos fala também de respeito ao próximo, homem, animal ou floresta, igual ou diferente de nós.

No filme, o espectador é transportado para a Lua Pandora, habitada pelo povo Na’vi, em um universo de experiências sensoriais encantadoras, com seres de formas jamais imaginadas, cores reluzentes e uma natureza exuberante. Avatar propõe uma discussão pertinente sobre o futuro do nosso planeta, a Terra.

Inova ao expor a monstruosidade do ser humano, personificado no Coronel Miles, que destrói um mundo em perfeita harmonia com uma brutalidade chocante, em cenas que provocam indignação. Mostra a falta de escrúpulos do ser humano, até onde o homem é capaz de chegar para obter ganhos econômicos.

Quando a árvore-casa dos Na’vi cai, o desmatamento da Amazônia, da Mata Atlântica, o derretimento dos polos, a morte dos corais e dos oceanos, enfim, todas as desgraças provocadas pelo homem são evocadas. Vemos os soldados atirando contra a natureza, só porque debaixo dela se encontra um minério valioso, que, para os humanos, resolveria a crise energética, uma vez que em 2154 – ano em que a trama se passa – não existe mais verde na Terra.

Com a Terra arrasada, segue-se a colonização de outros mundos. Ao mostrar nossa mesquinhez, o filme pretende atingir o que ainda resta de consciência ecológica no ser humano.

O nome da lua, Pandora, é significativo. Na mitologia, Pandora é a primeira mulher criada por Júpiter, recebe dos deuses presentes em forma de dons, como beleza, persuasão e música. Do marido, Epimeteu, recebe uma caixa contendo todos os males, com a advertência de não abri-la. Mas a curiosidade foi maior, e Pandora abriu a caixa, liberando pragas que atingiram o homem, restando apenas a esperança. Pandora não cuidou de sua caixa e nós, não estamos cuidando do nosso planeta. Assim, Avatar nos adverte: a Terra é nossa caixa de Pandora. Se não soubermos preservá-la, será o nosso fim.

O filme é permeado de esperança. Na lua Pandora tudo está em equilíbrio. Uma árvore da vida, a deusa Eywa, sustenta as conexões entre as raízes de todas as árvores e entre todos os seres. É uma teia, como as sinapses que ligam os neurônios em nosso cérebro. Acaso na Terra os sistemas também não estão interligados? Esse é o preceito fundamental da ecologia. Como dizia José Lutzenberger, em seu Manifesto Ecológico Fim do Futuro: "tudo está relacionado com tudo. Tudo é uma coisa só".

Embora nossa conexão não se realize diretamente, como ocorre por meio das tranças dos Na’vi, com os cavalos (Direhorses), animais alados (Banshee) ou com a própria terra... ela existe, só que está perdida pelo nosso afastamento da natureza.

Avatar nos diz que se quisermos manter o direito de habitar na Terra, precisamos colocar-nos novamente em contato com a natureza. O personagem principal, Jake Sully, consegue se libertar da cegueira e da ignorância e perceber a tempo a catástrofe que os humanos iriam desencadear em Pandora. Ao entrar em contato com os costumes dos Na’vi, Jake Sully, aos poucos, vai compreendendo a importância da harmonia ecológica de Pandora. Trata-se, além de conhecer os modos de alimentação e locomoção, de como respeitar a vida em todas as suas formas.

Quando a jovem princesa Neytiri diz a ele “Eu vejo você”, ela não apenas vê, mas sente, percebe e respeita o outro. Para vivermos em equilíbrio com a natureza e com nossos semelhantes, é preciso “vê-los” profundamente. Um aspecto interessante é que a vida no avatar passa a ser mais real do que a “vida real”. Isso pode instigar-nos a questionar: a vida que levamos atualmente nos proporciona qualidade de vida? Não está na hora de buscar qualidade de existência?

 
O filme nos mostra que as sociedades tidas como “primitivas”, até mesmo “selvagens”, têm mais sabedoria e, geralmente, uma ligação com a natureza muito mais rica do que a nossa. Somos responsáveis pelo sistema econômico falho, excludente, perverso (que apesar da crise surpreendentemente permanece o mesmo) que, visando ao lucro e ao crescimento ilimitado, coloca a natureza como uma ‘pedra no sapato’ para atingir o “desenvolvimento”. O que nos falta, como mostra Avatar, é envolvimento.

O próprio nome “desenvolvimento” sugere um desligamento com o envolvimento, uma total desconexão com a Mãe Natureza, que só gera desequilíbrio para todos nós. Estamos cada vez mais desconectados com a teia da natureza, preocupados em ganhar dinheiro custe o que custar.

Mesmo que o preço seja a vida dos que ainda não nasceram ou até mesmo dos oceanos, das árvores e dos animais, não cogitamos alterar nossos hábitos de consumo, extremamente danosos aos recursos naturais e, muito menos, mudar nossa matriz energética altamente poluente.


Ainda há tempo para salvar a Terra, 
basta nos reconectarmos.

“I see you!”  –  “Eu vejo você!”


Texto: Elenita Malta, Historiadora.
Fotos: Google

7 Deixe aqui sua opinião!:

Arte&Reciclagem, ReceitasSaúde e ReciclagemdasLetras disse...

Respeito à natureza é preciso, urgentemente. Bjs

Yuri Sibucks disse...

ate hoje ainda não ví esse filme e essa postagem me deixou com mais vontade ainda de ver! adorei esse ponto de vista estou com mta vontade de ver agora pra enchergar tudo isso!
bjos

Yuri Sibucks disse...

até hoje não ví esse filme! e essa postagem me deixou com mais vontade ainda de ver!
adorei esse ponto de vista e agora quero muito ver o filme pra enxergar tudo isso!
bjos

Cátia Cristina disse...

Eu já havia assistido o filme e adorei e com certeza é uma grande mensagem, porém, o q me deixou indignada foi o q aconteceu quando devolvi o filme a locadora ... minha amiga dona da locadora me indicou o filme dizendo q era um excelente filme assisti e concordei com ela quando fui devolver tinha um cliente lá dizendo q o filme era chato... e o q digo santa ignorancia....
Enfim....
sem falar q tb é um belo romance com final feliz.

CS Empreendimentos Digitais disse...

Yuri, vou levar pra vc assistir! Vc vai amar, é muito bom!!!


bjs!

CS Empreendimentos Digitais disse...

Cátia, só posso te dizer uma coisa:
"cada um pensa com pode!"

bjs e obrigada pela visita!!

cintia

Yuri Sibucks disse...

só vim pra dizer que vi o filme e gostei MUIITO! realmente passa uma mensagem muito forte! na parte que o Jake se conecta com a arvore e fala "olhe a mente da minha amiga e veja que nosso mundo não tem mais verde" é mesmo mto forte e fala tudo!
bjs