Dutra sustentável


Diminuir o impacto ambiental e o reduzir o risco de acidentes. Assim é a proposta para uma Dutra mais sustentável.
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Projeto piloto pretende tornar Via Dutra sustentável
Por: Rebeca Ribeiro
Em: 15/06/12 - Jornal A Voz da Cidade

Na abertura da arena de palestras do Armazém Pop Ciência, no Armazém 4 do Píer Mauá, o Grupo CCR apresentou uma proposta de transformação da Rodovia Presidente Dutra em um novo paradigma de rodovia sustentável do Brasil. A conclusão do projeto, elaborado com consultoria da Axia Sustentabilidade, está prevista para 2014.

Segundo o consultor da Axia, Mário Lima, que apresentou a proposta, o primeiro passo a ser tomado é a busca da adesão de parceiros. “Nós já unimos governos e iniciativa privada para transformar comunidades, então, pensamos em aplicar isso à rodovia. Será feito, então, um estudo das necessidades, características e vocações locais que permitirão realizar as mudanças de acordo com cada região”, explicou.

A diversidade às margens da Via Dutra não surpreende. A rodovia, com 402 quilômetros de extensão, corta 36 cidades de dois estados, ligando as duas principais capitais do país – São Paulo e Rio de Janeiro. Aproximadamente 23 milhões de pessoas moram em cidades às margens da rodovia.

Como destacou Lima, ser sustentável não significa apenas preservar o meio ambiente. “Como alguém vai preservar algo que dá prejuízo? As comunidades só vão preservar aquilo que for fonte de recurso. Se as populações compreendem que sua renda vem de determinado patrimônio natural, não vão destruir”, disse, citando como exemplo de atividade para áreas de preservação o ecoturismo.

Foto: Airton Soares
Centro de Pesquisas

Antes de lançar a proposta de transformação da Via Dutra, a CCR apresentou o case de seu Centro de Pesquisas Rodoviárias, localizadoem Santa Isabel (SP). Focado em identificar soluções para problemas da estrada – como trechos com alta incidência de acidentes – o local congrega laboratórios de solo, concreto e de asfalto.

Destacou-se na apresentação da coordenadora do centro, Valéria Faria, o asfalto ecológico, produto já testado e aprovado. Hoje, segundo a CCR, 15% das rodovias sob concessão da empresa utilizam o asfalto produzido com pneus descartados, um passivo ambiental crítico. Para cada tonelada de asfalto, são adicionados 150 quilos de borracha – um reaproveitamento de cerca de mil pneus a cada quilômetro de rodovia repavimentada.

Além de diminuir o impacto ambiental, segundo Faria, a preocupação do centro é reduzir acidentes. “Nós buscamos identificar o tipo de mistura mais adequado ao trecho. Experimentamos vários tipos de asfalto usando um simulador de tráfego”, disse.

Por falar em sustentabilidade

A apresentação da CCR Nova Dutra foi prestigiada pelo secretário de Ciência e Tecnologia do município do Rio de Janeiro, Franklin Coelho, e pelo professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), membro do conselho do WWF-Brasil e presidente do grupo de trabalho da Prefeitura do Rio de Janeiro para a Rio +20, Sérgio Besserman, que palestrou sobre desenvolvimento sustentável. “Temos o privilégio de viver em uma época em que há uma grande, profunda e inquietante pergunta: seremos capazes de construir o desenvolvimento sustentável?”, provocou.

Além de ambientalista, Besserman é economista e costuma irritar radicais com afirmações como: “Nós somos pequenos demais para destruir ou salvar a natureza”. “Todas as empresas do mundo juntas, mais todo o exército norte-americano, a Nasa e os arsenais nucleares do mundo multiplicados cem vezes não seriam capazes de provocar sequer um arranhão na natureza, cujo tempo é completamente diferente do nosso, conta com milhões de anos”, disse.

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