Reciclagem e alta-costura - isso dá certo?

Dá certo sim! Gostei da iniciativa de reaproveitar retalhos que seriam descartados no atelier para compor a nova coleção. Nada mais "IN" não é mesmo?!
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Gustavo Lins leva a arte da reciclagem para a Alta-Costura
Por: Ana María Echeverría (AFP) - Paris
Fotos: AFP
Fonte: Google Notícias


Vestidos sensuais construídos com retalhos de tecido e reorganizados em mosaicos: o único latino-americano membro da seleta Câmara de Alta-Costura parisiense, o brasileiro Gustavo Lins, desfilou dia 05/07 uma coleção que elevou a reciclagem ao padrão de arte.

"É uma coleção arquitetural, como outras que fiz, mas nesta utilizei retalhos de lã e cashmere que seriam desperdiçados em meu ateliê" de Paris, disse o estilista em entrevista à AFP. Lins estudou arquitetura no Brasil e em Barcelona, Espanha, antes de se consagrar na moda, e por isso essa arte está muito presente em suas coleções.

"Esse é o o princípio da coleção: a reciclagem", disse o estilista, que desfila há quatro anos, a convite da federação do ramo no seleto e elitista grupo da Alta-Costura, que segue padrões rígidos como a obrigatoriedade de que as peças sejam costuradas a mão, únicas e sob medida.



Esta coleção, a 17ª apresentada por Gustavo Lins nas passarelas de Paris, onde também desfilou coleções prêt-à-porter, foi elegante e chique, mas extremamente fácil de usar. Lins criou para a temporada outono-inverno 2011-2012 vestidos em forma de túnica -leves para o dia, voluptuosos para a noite, com decotes atrevidos nas costas e recortes que valorizavam o corpo das modelos. Uma saia e jaqueta em crepe japonês completavam os looks do desfile. Nos pés, scarpins pretos, sérios e elegantes.

Os vestidos, feitos com tecidos suaves, eram leves "como para serem colocados rapidamente ao sair da piscina", disse o estilista. "Queria criar vestidos fáceis de usar, que envolvessem o corpo como uma toalha", disse Lins, acrescentando que os looks foram feitos com grandes quadrados de tecido. "Não há círculos em minha coleção, só quadrados e cortes diagonais".

O toque diferente nesta coleção foi o uso de camisas, jaquetas, vestidos e casacos cortados diretamente no tecido, sem moldes, explicou Lins, cujas criações se caracterizam por uma modelagem apurada.

O brasileiro aprendeu a técnica da moulage, em que o tecido é cortado e alinhavado no próprio corpo da modelo, trabalhando como aprendiz em grandes maisons parisienses como as francesas Louis Vuitton e Jean Paul Gaultier, a japonesa Kenzo, e principalmente com o estilista britânico John Galliano, talentoso ex-diretor artístico da maison Dior.

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