Estão em alta as dietas vegetarianas que excluem a carne da alimentação diária. Porém, existe uma grande divisão sobre a forma vegetariana de viver.
Isso começou em 1880, quando a britânica Anna Kingsford - que é considerada a mãe do vegetarianismo no Ocidente - depois de seis anos de estudo conquistou diploma em Paris e pôde exercer a advocaia pelos animais com maior autoridade. Sua tese final, L'Alimentation Végétale de l'Homme (A Alimentação Vegetal Humana), foi uma das obras fundamentais sobre os benefícios do Vegetarianismo, publicada em 1881.
Anna fundou a "Food Reform Society" no mesmo ano e viajou pela Europa para divulgar a dieta do vegetarianismo e sobre o trato com animais em experimentos científicos.
A Vegetarian Society, fundada em 1847, reivindica ter criado a palavra vegetarian (vegetariano) do latim vegetus, que significa 'vivo' - que é como os primeiros vegetarianos disseram se sentir com a dieta.
O vegetarianismo tem sua origem na tradição filosófica indiana, na qual as raízes do vegetarianismo estão ligadas a noção de pureza e contaminação, não correspondendo com a visão de respeito aos animais, que cresceu a partir do século 19.
Uma das passagens mais antigas a favor de um vegetarianismo ético surgiu quando Ovídio, nas Metamorfoses pôs na boca de Pitágoras estas palavras:
"Que crime horrível lançar em nossas entranhas as entranhas de seres animados, nutrir na sua substancia e no seu sangue o nosso corpo! para conservar a vida a um animal, porventura é mister que morra um outro? Porventura é mister que em meio de tantos bens que a melhor das mães, a terra, dá aos homens com tamanha profusão, prodigamente, se tenha ainda de recorrer à morte para o sustento, como fizeram ciclopes, e que só degolando animais seja possível cevar a nossa fome? (…). É desumanidade não nos comovermos com a morte do cabrito, cujos gritos tanto se assemelham aos das crianças, e comermos as aves a que tantas vezes demos de comer. Ah! quão pouco dista dum enorme crime!" - Este trecho de Ovidio reflete os ensinamentos dos pitagóricos no primeiro século.
Vegetarianismo é uma palavra ambígua. No sentido de gênero, fala abrangendo todas as formas de vegetarianismo. Já no sentido de espécie, designa o verdadeiro sentido da palavra, que seria o vegetarianismo estrito - que não consome nenhum produto de origem animal.
Mas é preciso entender para não falar besteira! Por isso acontecem muitas confusões. As mais comuns são: simplificar o ovolactovegetarianismo por vegetarianismo; e confundir vegetarianismo estrito com veganismo. Para evitar esse tipo de coisa, foi empregado o termo "dieta vegana", para indicar a dieta vegetariana estrita.
Veganismo não é dieta alimentar, vegetarianismo sim. O correto é sempre dizer "dieta vegetariana". Ao referir-se à alguém que não se alimenta com nenhum produto de origem animal, usa-se o termo "dieta vegetariana estrita".
Dietas vegetarianas normalmente são ricas em carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio, folato, antioxidantes (como vitaminas C e E) e fitoquímicos, além de apresentarem baixa ingestão de gordura saturada e colesterol, fornecendo diversos benefícios nutricionais. Por outro lado dietas vegetarianas podem apresentar menor ingestão de vitamina B12, vitamina D, cálcio, selênio, iodo, ferro, zinco o que pode causar efeitos negativos sobre o organismo.
Os vegetarianos devem ter maior atenção no que diz respeito à ingestão de vitamina B12, cálcio, zinco e ferro, alguns veganos advogam a necessidade de suplementação desses nutrientes para sua dieta, sendo importante realizar exames de sangue periodicamente.
Atualmente existem basicamente seis formas diretas de vegetarianismo:
Vou descrever agora cada uma das vertentes da dieta vegetariana descomplicando cada uma delas.
Vegetarianismo:
Vegetarianismo é um regime alimentar que exclui da dieta todos os tipos de carne (boi, peixe, frutos do mar, peru, faisão, paca, porco, carneiro, frango e qualquer ave etc.), bem como alimentos ou produtos derivados.
É baseado fundamentalmente no consumo de alimentos de origem vegetal, com ou sem o consumo de laticínios e/ou ovos. O vegetarianismo estrito, exclui da dieta todo e qualquer consumo de alimentos ou sub produtos derivados de origem animal, incluindo ovos, laticínios (leite, queijo, manteiga) e mel.
Veganismo:
É uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas.
O número de veganos está crescendo e em 1997 3% nos Estados Unidos anunciaram não ter usado nenhum produto de origem animal nos últimos dois anos. Já em 2007, 2% do Reino Unido se declararam como veganos. O número de restaurantes veganos também está crescendo, de acordo com o Oxford Companion to American Food and Drink (pesquisa de 2007).
Tem sido mostrado que pessoas em dietas que incluem comidas de origem animal tem mais probabilidades de terem doenças degenerativas, incluindo doenças do coração.
A Associação Dietética Americana (The American Dietetic Association) e os Nutricionistas do Canadá (Dietitians of Canada) consideram a dieta vegetariana como apropriada para todos os estágios do ciclo de vida, embora eles ainda alertam que uma dieta vegana mal planejada pode ser deficiente em vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo, e ácidos graxos ômega 3.
Semivegetarianismo:
É uma dieta que pode consistir na exclusão apenas da carne de mamíferos e abranger as carnes brancas, ou excluir também a carne de aves, mas incluindo peixes e/ou frutos-do-mar (pescetarianismo).
Ovolactovegetarianismo:
Dieta composta por alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados deles. Nesta dieta só há a exclusão de qualquer tipo de carne da alimentação.
Lactovegetarianismo:
Dieta composta por alimentos de origem vegetal, leite e seus derivados. Os que a seguem não comem ovos nem qualquer tipo de carne. Essa é a dieta tradicional da população indiana.
Ovovegetarianismo:
Dieta composta apenas por alimentos de origem vegetal e ovos, havendo a exclusão dos produtos lácteos e seus derivados e de carne.
Vegetarianismo semiestrito:
Essa dieta exclui quase todos os alimentos de origem animal, abrangendo somente o mel.
Vegetarianismo estrito:
Também chamado de Vegetarianismo Verdadeiro, é uma dieta que exclui todos os produtos de origem animal. Vegetarianos Estritos não comem qualquer tipo de carne, ovos, laticínios, mel, etc, retirando da dieta todos os produtos de origem animal.
Essa forma de dieta é frequentemente confundida com o veganismo, mas, embora veganos sejam vegetarianos estritos, não são a mesma coisa.
Apesar de [nutricionalmente] classificarmos os 'vegetarianos verdadeiros' apenas pela alimentação, existe uma diferença entre o vegano e o vegetariano estrito. Geralmente o vegano também não utiliza produtos não alimentícios provenientes de animais, como lã, couro, seda e pele. Quando falamos em termos exclusivamente nutricionais, não faz diferença essa classificação.
Enquanto o vegetarianismo estrito é apenas um regime alimentar, o veganismo é respeito aos direitos animais - o que inclui o vegetarianismo estrito por razões éticas e também evitam e boicotam ocasiões como circo com animais, rodeios, produtos testados em animais e qualquer outra forma de exploração animal.
E vc, segue alguma dieta? Depois de entender bem, se interessou um seguir alguma dessas orientações alimentares?
Fonte:
Wikipédia
Vegetarian Society
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