Se isso vira moda...
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Animais de estimação nada fofinhos
Enquanto alguns gostam de gatos e cachorros, outros preferem iguanas ou cobras. Mas será que é legal criar um animal silvestre?
Em 14/09/2011
No último VMA, o cantor Justin Bieber assustou a namorada Selena Gomez colocando um filhote de corn snake perto dela. “Se chama Johnson”, apresentou. A corn snake é uma espécie inofensiva que vive nos milharais americanos e não cresce mais de 1,50m. Mas, por ser uma cobra, não é exatamente o bicho de estimação mais fofinho e comum que alguém pode ter.
Apesar de algumas fugas do bicho de estimação e de alguns sustos da empregada doméstica, o estudante de biologia Gustavo Figueiroa, de 19 anos, cria corn snakes há quatro anos. “Desde pequeno sou fissurado. Vivia no Instituto Butantan observando as cobras criadas ali”, conta, referindo-se ao centro de pesquisa biomédica situado em São Paulo – SP.
Aos 15 anos e depois de muita pesquisa, Gustavo decidiu adquirir uma corn snake. “Vi que era a mais adequada para ter em casa”, conta. Aí, veio o processo de convencimento da mãe. “Conversei com ela, expliquei que queria fazer Biologia para trabalhar com isso, que esse era meu sonho. E um dia cheguei em casa com a cobra”, diz o estudante.
Hoje a mãe não gosta nem desgosta do animal, mas tem que lidar com algumas escapadelas de Dara, a cobra de estimação de Gustavo. “Recentemente voltei de viagem e ela não estava no terrário. Revirei a casa toda e não achei. No dia seguinte minha mãe estava indo dormir e a viu sair de trás de um móvel”, conta, “ela voltou para o vão em seguida e tive que entrar no quarto no escuro, em silêncio, para pegá-la sem que ela se escondesse”.
Os cuidados com uma cobra de estimação vão ainda além de capturá-la quando ela escapa do terrário. O estudante Raul*, de 17 anos, comprou um filhote de corn snake em março, batizou de Nira e começou a alimentá-la com filhotes de camundongo. Isso mesmo, pequenos ratinhos adquiridos congelados em pet shops. “Quando chegou, ela comia os recém-nascidos. Hoje ela já come filhotes com o primeiro pelo”, conta Raul. “Compro quinze camundongos congelados e guardo no congelador. Cada um custa de R$ 2 a R$ 3”, diz o estudante.
Pode parecer meio sinistro guardar filhotes de camundongo mortos na geladeira, mas Raul explica. “Não dou camundongos vivos porque não os crio”, diz o jovem, que precisa se deslocar até a cidade vizinha para adquirir os animais.
Mas cobra não faz festa quando o dono chega em casa, não brinca com novelo de lã nem vai buscar gravetos no quintal. Então, qual é a graça de criar uma? “Não sei explicar. É legal, é diferente. Não tem como criar um laço afetivo, mas ela reconhece que sou eu que a alimento e não faço mal a ela, por isso, não tem medo de mim”, conta Gustavo.
Por não serem da fauna brasileira, a criação de corn snakes não é legalizada no Brasil. Portanto, Gustavo e Raul não têm autorização do IBAMA para criá-las, mas garantem que Dara e Nira não foram capturadas na natureza e ambos são contra a prática. Raul defende, no entanto, a criação das cobras em cativeiro, desde que nas condições corretas. “Ter uma serpente não é como ter um cachorrinho. Você precisa de um pouco mais de estudo”, explica.
Foto: Flickr/ batwrangler | Corn snake, espécie de cobra que vive nos milharais americanos e, por ser inofensiva, é muito procurada para ser criada em cativeiro |
Justamente por ser um animal silvestre, a cobra requer cuidados especiais que costumam ser caros. “Você gasta um dinheiro alto para deixar o ambiente parecido com o natural”, diz o estudante de Biologia, “o terrário em que a cobra fica chega a custar R$ 600 em lojas”.
Veja aqui a lista de animais considerados domésticos pelo Ibama.
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